Quando o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi eleito, a perspectiva de as forças armadas ocuparem altos cargos em seu gabinete alarmou aqueles que temiam um retorno ao governo militar. Mas até agora, os antigos oficiais são os que travam o extremismo no governo.
Civis em sua administração ameaçaram a Venezuela, exigiram que crianças da escola fossem filmadas cantando o hino nacional e lamentaram o ensino da teoria da evolução. Na sequência de cada um destes incidentes, foram os antigos comandantes militares que procuraram arrefecer o furore, particularmente o Vice-presidente general Hamilton Mourão.
Como resultado, a resistência pública aos militares retornando ao governo em massa pela primeira vez desde 1985 diminuiu em grande parte. Legisladores, investidores e uma parte da mídia brasileira elogiaram o estadismo dos generais do gabinete sobre seus colegas civis. Em meio a um início turbulento para o governo de Bolsonaro, com escândalos e crises internas e externas, os militares se mantiveram fora das manchetes e ganharam elogios por sua capacidade de resolver problemas, em vez de criá-los.
“Os militares são os chefes de governo: trazem estabilidade e estão preparados”, disse Fernando Monteiro, legislador pró-Bolsonaro no Congresso. “Eu pensei que seria uma má experiência, dada a imagem que tenho da ditadura.”
Aprovação Pública
Uma sondagem de opinião publicada em Fevereiro. 26 mostraram que mais de 53 por cento dos brasileiros consideraram a presença militar no governo bom para o país, enquanto pouco mais de 14 por cento descreveram seu papel como ruim. Essa mesma pesquisa mostrou as forças armadas como a terceira instituição mais respeitada do país, depois da Igreja Católica e dos Bombeiros.
Mesmo alguns críticos do governo reconhecem a força moderadora que os militares têm estado em Bolsonaro e alguns de seus aliados mais ideológicos.Tome Mourao, que emergiu como o líder dos oficiais encarregados de mais de um terço dos postos de gabinete hoje. Antes de sua eleição ele era famoso por se concentrar na possibilidade de intervenção militar para resolver a crise política do Brasil.
Mas no poder, ele insistiu em uma solução diplomática na Venezuela e criticou o plano de filmar crianças cantando o hino nacional. Enquanto Bolsonaro e seus filhos celebravam a decisão de um legislador gay de esquerda para fugir do país, Mourao disse que as ameaças de morte que ele recebeu foram “um crime contra a democracia.
Bolsonaro mostrou poucos sinais de contenção retórica no cargo. Em comentários que perplexo muito popular no Brasil, no início desta semana, o presidente elogiou o ex-ditador Paraguaio Alfredo Stroessner, durante cujo 35 anos de curso milhares de dissidentes foram assassinados.Enquanto o Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, descreveu o regime venezuelano como pior do que o governo da Coreia do Norte, ex-soldados do gabinete trabalharam para minimizar as tensões ao longo da fronteira. O General Fernando Azevedo e Silva, Ministro da defesa, ordenou que as tropas brasileiras chegassem a um acordo com seus homólogos Venezuelanos, evitando um surto de violência na fronteira durante um tenso impasse sobre a entrega de Ajuda Humanitária.
Em janeiro, quando surgiu o vídeo de Damares Alves, o Ministro dos Direitos Humanos, lamentando o ensino da teoria da evolução nas escolas, O ministro da ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, tenente-coronel da Força Aérea do Brasil, disse aos jornalistas que a religião e a ciência devem ser mantidas separadas.